Escolas da Série A superam dificuldades para desfilar na Sapucaí


09/02/2013 06h45 - Atualizado em 09/02/2013 09h12

Escolas da Série A superam dificuldades para desfilar na Sapucaí

Integrantes da Unidos de Vila Santa Tereza desfilaram sem fantasia.
Jacarezinho concluiu carros pouco antes de entrar na passarela.

Do G1 Rio
27 comentários
Dandara Oliveira é rainha da bateria da Unidos do Viradouro, e disse que sente a 'pressão' da primeira vez à frente da bateria (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Dandara Oliveira é rainha da bateria da Unidos do Viradouro (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Superação é a palavra que melhor define o desfile das escolas da Série A, no Sambódromo do Rio, nesta sexta-feira (8). Algumas escolas, vindas diretamente do antigo Grupo B, como a Unidos de Vila Santa Tereza, desfilaram com alas e alguns integrantes da bateria sem fantasia, o que fatalmente fará com que elas percam preciosos pontos no desfile.
De acordo com ritmistas da Santa Tereza, a fantasia chegou muito tarde à concentração e não daria tempo para que todos se vestissem. A escola então optou por desfilar de roupa comum, ou seja, de bermuda e camiseta. As fantasias ficaram largadas na armação. Muitos integrantes da escolas estavam sem qualquer adereço. Mulheres cruzuram a Marquês de Sapucaí de calcinha e sutiã e muitos homens vestiam apenas bermudas.
Alguns integrantes da Unidos de Vila Santa Tereza desfilaram sem fantasias (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Alguns integrantes da Unidos de Vila Santa Tereza desfilaram sem fantasias (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Para superar as dificuldades financeiras, as escolas se valeram da força do canto e do samba de seus componentes. A Unidos do Jacarezinho,  primeira a desfilar, até minutos antes da apresentação tentava aprontar dois tripés que viriam logo atrás da comissão de frente. Não deu tempo: só um deles entrou na Sapucaí.
A escola, que teve como enredo o centenário do intérprete da Estação Primeira de Mangueira, Jamelão, trouxe a dançarina Gracyanne Barbosa como madrinha de bateria. Mas ela entrou na avenida quando a bateria já estava posicionada no primeiro recuo – a tempo, no entanto, de ouvir o presidente José Roberto da Silva dizer antes do "esquenta" que a escola ia mostrar o que foi possível fazer.
A segunda escola, a Porto da Pedra, que contou a história do calçado, destacando as personagens que criaram moda, também enfrentou uma série de dificuldades antes de começar o desfile. Um engarrafamento fez com que as baianas chegassem à área de armação da escola minutos antes de entrar na avenida. A correria foi grande para que todas conseguissem vestir a fantasia a tempo.
"Pegamos um engarrafamento imenso na Ponte Rio-Niterói, tudo parado. Saímos de São Gonçalo às 18h", contou uma das baianas, que se identificou apenas como Maria, enquanto ajeitava o chapéu ajudada por um integrante da ala dos compositores.
O carnavalesco, Leandro Valente, que assumiu o carnaval da Porto da Pedra há um mês, disse que teve de reformular todos os carros e fantasias. Para que a escola pudesse desfilar completa, ele contou com o trabalho da comunidade, de voluntários e de amigos. Mas a fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira não ficou pronta a tempo e o segundo casal assumiu o posto aos prantos na avenida.
"A escola estava parada. Tivemos 30 dias para fazer tudo isso", disse Leandro, que é artista plástico e trabalhava na escola como assessor de imprensa.
A Acadêmicos de Santa Cruz , se não mostrou problemas financeiros, passou por alguns sustos  A escola se apresentou com carros grandes e bem acabados e fantasias ricas. Mas teve dificuldades para manobrar seus carros na concentração. O primeiro quase entrou na cabine de transmissão da TV Globo. Outros dois dos quatro carros também tiveram de fazer várias manobras para que não prendessem na grade do Setor 1. Isso deixou os diretores bastante exaltados, temendo que se formassem buracos durante o desfile.
Acadêmicos de Santa Cruz foi a terceira escola da série A a desfilar no Rio de Janeiro. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Acadêmicos de Santa Cruz foi a terceira escola da série A a desfilar no Rio de Janeiro. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

A Estácio de Sá, que fez na avenida uma homenagem ao maestro Rildo Hora, deu alguns tropeços no início da apresentação. O atraso deixou alguns integrantes tensos, como a rainha de bateria Luana Bandeira. Ele terminou o desfile aos prantos, mas acredita que o deslize não vá prejudicar a escola.
O diretor de carnaval da Estácio, Marcos Antônio Lima, contou que eles tiveram um problema em um módulo do carro da comissão de frente. "Passamos com 56 minutos. Isso pode fazer falta na briga de quarta-feira", disse. Julio Cesar, responsável pela hamonia da escola, lamentou que o atraso tenha atrapalhado um pouco a evolução. "Estamos nas mãos dos jurados, depende da cabeça deles, mas passamos com uma garra sensacional." O presidente da escola, Lesiário Nascimento, no entanto, disse que os integrantes passaram no tempo correto.
A comissão de frente da Estácio de Sá recebeu o nome de "O Cordel Mamulengo do Menino Sonhador" (Foto: Alexandre Durão/G1)A comissão de frente da Estácio de Sá recebeu o nome de "O Cordel Mamulengo do Menino Sonhador" (Foto: Alexandre Durão/G1)
A sétima escola da série A a entrar na avenida foi a Alegria da Zona Sul. Com o enredo 'Quem não chora não mama', uma homenagem aos 95 anos do tradicional bloco Cordão da Bola Preta, os integrantes evoluíram bem na Sapucaí. "A escola veio toda certinha", completou o vice-presidente Luiz Cláudio Brito de Barro. O visual das fantasias e a alegria dos componentes ao cruzar a linha de chegada deixaram a diretoria satisfeita com o resultado.
Já a Academicos da Rocinha fez um mix gastronômico na Sapucaí. O enredo, que teve como tema a feijoada, animou os integrantes e a arquibancada. Darlan Santos Silva Filho, presidente da escola, disse que ainda não pode avaliar os pontos negativos e positivos. "Pode ter tido alguma coisa, mas a gente sempre se recupera. A Rocinha tem tempero."
Acadêmicos da Rocinha tem comissão de frente que representa o 'churrasquinho de gato' (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Acadêmicos da Rocinha tem comissão de frente que representa o 'churrasquinho de gato' (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Um problema no sistema de som da avenida deixou a Sapucaí sem poder ouvir o início do desfile da Viradouro, a última escola a se apresentar. Apesar da falha, as arquibancadas cantaram junto o samba da agremiação.
O vice presidente da Viradouro, Rildo Sanches, disse que a escola "vai se consagrar", apesar do problema com o som. "O problema não foi nosso, foi do carro." Aos prantos, o diretor artístico João Victor Araújo disse que o desfile foi um milagre. O presidente da escola, Gusttavo Clarão, afirmou que a escola foi perfeita. "Ocorreu tudo direito. As fantasias estavam lindas, a harmonia perfeita. A escola arrasou."Fonte G1

0 comentários:

Postar um comentário

Novo Face

diobiajos@hotmail.com