22/02/2013 08h47
- Atualizado em
22/02/2013 10h45
Integridade de reféns está preservada, diz coronel no 2º dia de rebelião
Duas pessoas são mantidas reféns na Penitenciária Nelson Hungria.
Negociações foram retomadas nesta sexta-feira (22) em Contagem.
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Alguns presos rebelados passaram a noite no telhado da Penitenciária Nelson Hungria
(Foto: Pedro Triginelli/G1)
As negociações foram retomadas por volta das 10h desta sexta-feira
(22). Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, a rebelião
começou na manhã desta quinta-feira (21) e duas pessoas, uma professora e
um agente penitenciário, são mantidas reféns por cerca de 90 presos.
Neste segundo dia de rebelião, houve sinal de fumaça dentro do pavilhão
1. Na porta do presídio, um advogado informou que cinco detentos que são
a favor da direção atual do presídio também teriam sido tomados como
reféns, mas a informação não foi confirmada pela polícia.(Foto: Pedro Triginelli/G1)
A secretaria informou que os 103 detentos do pavilhão estavam sem água e luz desde a tarde desta quinta-feira e sem alimentação desde a manhã. Alguns presos rebelados passaram a noite no telhado da penintenciária. Um gabinete de crise, com autoridades policiais e do governo, negocia um acordo para encerrar o motim, que começou logo no início do dia.
A professora passou mal no início da tarde de ontem, e precisou ser medicada. De acordo com o comandante do policiamento especializado da Polícia Militar, ela teve queda de pressão.
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Na noite desta quinta, um assessor da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) chegou a informar ao G1 que
as negociações estavam “avançando” e “caminhando para o final”. Porém,
uma fonte que não quis se identificar esteve dentro da penitenciária e
disse que os detentos rebelados entregaram uma lista de reivindicações
para a polícia. Segundo a fonte, um acordo chegou a ser feito. Mas,
posteriormente ao acerto para o fim da rebelião, os detentos pediram a
troca do diretor do presídio. A nova reivindicação não foi atendida,
conforme informou a fonte ao G1.Um ônibus do batalhão de choque da Polícia Militar entrou na Nelson Hungria e três ambulâncias saíram da penitenciária entre a tarde e a noite desta quinta-feira (21) e um helicóptero da PM sobrevoou a área durante todo o dia. Mais cedo, detentos de outro pavilhão, não envolvidos no motim, gritavam “socorro”.
De acordo com a Seds, 210 policiais militares, 30 agentes penitenciários do Comando de Operações Especiais (Cope), além de autoridades da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) e da Polícia Civil estão envolvidos na ação.
A secretaria informou que o líder do movimento é o detento Daniel Cypriano, de 29 anos. Ele tem seis condenações: cinco por roubo e uma por homicídio e cumpre pena na penitenciária desde agosto de 2011.
Reivindicações
O subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, disse que os presos reclamam da demora na autorização de visitas e na proibição da entrada de mulheres grávidas nos pavilhões. Atualmente, as visitas por grávidas são feitas em uma sala especial, com a presença de um agente penitenciário. Os detentos ainda se queixam da direção do presídio, de espancamento e pedem revisão de pena.
Sobre a denúncia dos presos de que eles estariam sofrendo espancamento, Oliveira disse que nunca ouviu nenhuma denúncia deste tipo na unidade, mas que vai apurar. O subsecretário ainda falou que a revista geral em cada cela é feita rotineiramente no presídio. E que está previsto para o fim do ano a instalação de equipamentos de bloqueio de sinal de telefones celulares na unidade.
Goleiro Bruno
No pavilhão 1 estão presos condenados por por crimes como tráfico de drogas, furto e roubo. Este fica ao lado de onde está detido o goleiro Bruno Fernandes, pavilhão 4. Bruno é réu no processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Além de Bruno, está detido pavilhão 7 o amigo dele Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Na noite desta quinta-feira, o promotor do caso Eliza Samudio, Henry Wagner, chegou à penitenciária. Indagado sobre o que iria fazer no local, ele disse: ”vou me interar”.
Começo da rebelião
Durante a manhã, os presos saíram das celas e ocuparam o pátio. Eles queimaram colchões e usaram pedaços de tecidos para tentar escapar do pavilhão pelo telhado. Neste momento, foram usadas bombas de efeito moral para evitar uma possível fuga, segundo major Sérgio Dourado, da Polícia Militar. Os detentos também usaram o que parece ser roupa de cama para escrever as palavras "opressão" e "sistema" no chão do pátio do pavilhão.
O motim começou quando a professora, que é uma das reféns, dava aula para alguns dos detentos, pelo ensino fundamental, e era escoltada pelo agente, que também está em poder dos rebelados. Ele chegou a ser ameaçado por presos com uma barra de ferro. Segundo o coronel, este foi o momento de maior tensão da rebelião.
Um início de rebelião foi controlada no pavilhão 6, onde detentos jogaram colchões incendiados da janela.
A auxiliar de enfermagem Júlia Delfim, que é amiga da professora feita refém, disse que a professora gostava de dar aulas para os presidiários. A professora teria lhe dito que. em 12 anos de profissão dentro da Nelson Hungria, não houve nenhum registro de confusão entre ela e os detentos.Fonte G1
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