Série B: Jogadores do Sampaio Corrêa ajudam na obra do estádio e são motoristas do ônibus do clube


Série B: Jogadores do Sampaio Corrêa ajudam na obra do estádio e são motoristas do ônibus do clube

Jogadores põem a mão na massa e retiram a grama cortada do campo antes do treino
Jogadores põem a mão na massa e retiram a grama cortada do campo antes do treino Foto: Fabiano Rocha / Extra / Agência O Globo
Camilla Muniz
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No futebol, fama e salários milionários são para poucos. Mas diz o ditado que o trabalho compensa e, pelo menos no Sampaio Corrêa, um dos seis times da série B que brigam pelo acesso à primeira divisão, o esforço de quem rala por um lugar ao sol está sendo premiado. Lá, jogar nas onze não é o bastante. Sem luxo ou privilégios, os jogadores atuam improvisados como motoristas de ônibus e ajudantes de obra na construção do estádio para suprir as carências do clube. Foi assim, com múltiplas funções, que eles obtiveram o primeiro lugar do grupo B na etapa classificatória e, hoje, lutam pela terceira vitória em três jogos na segunda fase, contra o Tigres, às 15h, em Sampaio Corrêa.
Apelidado de Lourivalzão, o estádio começou a ser construído em 2007, um ano após a fundação do clube. As arquibancadas que tiveram os primeiros pilares levantados em 2009 agora aguardam a pintura e a colocação de 2.500 cadeiras doadas, após retirada do Maracanã. Para que a obra chegasse a tal estágio, foi necessária a colaboração dos jogadores em duplo expediente.
— Às vezes, o material da obra chegava à noite e não tinha ninguém para descarregar o caminhão. Aí vínhamos ajudar. Sexta-feira passada, os Bombeiros vieram fazer vistoria de manhã. Como o chão estava cheio de pedaços de madeira, fizemos um mutirão de limpeza na quinta à noite. Todo mundo vem de boa vontade — conta o atacante Rômulo.
Dezoito jogadores moram em uma pousada no bairro da Basileia, distrito de Sampaio Corrêa. Nos quartos, três dividem um frigobar, uma estante modesta e uma televisão. Videogame, DVD e cafeteira se revezam nos cômodos, já que só há um de cada para todos.



O trajeto da pousada para os treinos é feito em um microônibus cedido pela Prefeitura de Saquarema. Na direção do veículo, ora vai o centroavante Adão, ora Willy, da mesma posição. Se Adão é titular em campo, no volante, ele senta no banco de reserva.
— Faço o que posso para ajudar. Mas se atolar, todo mundo tem que descer para empurrar — brinca Willy, que não conseguiu evitar o pior ontem, no caminho de volta para a pousada. Com o solo encharcado por causa da chuva, o ônibus não pôde prosseguir na estrada e os jogadores tiveram que completar o percurso a pé.
Como passageiro, Adão anima o ônibus cantando forró. É dele, do atacante Melino e do meia Bersan o maior salário do clube: R$ 1.500. A folha salarial é de R$ 21 mil.
No Sampaio Corrêa, jogadores colocam a mão na massa
No Sampaio Corrêa, jogadores colocam a mão na massa Foto: Fabiano Rocha / Extra

Fonte Globo Esport



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